Kátia Abreu e o Meio Ambiente

Leonam Bueno Pereira[i]


     A Senadora kátia Abreu em seu artigo na Folha de São Paulo - Mercado - 30/4/2011, cujo título é Burocracia, ambiente e bom senso (leia o artigo>>), agride a inteligência de seus leitores. Logo de saída cria uma classe de estrato de área de imóveis rurais que beira à ficção. Ao juntar todos os proprietários dentro de uma única faixa de estrato de área que vai de um (1) a mil (1000) hectares, a Senadora quer com isso falar aos pequenos (os de 1 hectare) e aos médios (seriam aqueles de mil hectares?). Acostumada às grandes propriedades porque latifundiária, a Senadora considera uma propriedade de mil hectares entre pequena e média, esquecendo-se da disparidade de tamanhos de propriedades rurais que são encontradas pelo país afora.

     Não vou questionar os números que a Senadora desfia, porque alguns são hilários!! Por exemplo, dizer que 61% da vegetação nativa se encontra da mesma forma que à época do descobrimento é uma grande piada. Qualquer estudante do ensino fundamental sabe que os portugueses toparam com a mata atlântica quando aqui aportaram. Ela ocupava cerca de 15% do território nacional (17 estados) e hoje, segundo a Fundação Mata Atlântica, ocupa apenas 7% daquela área que então existia. A Senadora debocha ao dizer que "a progressão dessa ocupação tem sido criteriosa". Convenhamos, a Senadora não fala da ocupação do Cerrado Brasileiro e não quer admitir que só recentemente o Brasil conseguiu reduzir a taxa de desmatamento na Amazônia Legal.
Para a Senadora não deveria haver Lei para essas coisas.
Para ela, não deveria haver códigos, nem mesmo os de conduta!!



[i] Economista e Mestre em Economia Agrícola e Agrária pelo IE – UNICAMP

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